eu de ti me vesti...
a lua entregou-se ao céu
e eu entreguei-me a ti...
por entre a escuridão lá fora
a vida se ia perdendo...
entre os teus braços, meu amor
para a vida eu ia nascendo...
refugiada em teu corpo
a madrugada espiava...
o desejo que corria louco
e que a pele incendiava...
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na bruma da tua vontade
pernoita a imensidão...
dos gestos enamorados
que germinam das tuas mãos...
aturdidos pela nudez
admiramos a rua...
sem sequer darmos conta
que também ela está nua...
apenas de paixão trajados
ornados de sofreguidão...
orvalha-mos com suor
as auroras da solidão...
*** Ártemis ***
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